Energia gerada a partir do eucalipto abastece grandes empresas no Brasil

floresta de eucalipto
A matriz energética brasileira é uma das mais “limpas” do mundo, graças às suas bacias hidrográficas e características do clima e do solo, que proporcionam condições ideais para hidrelétricas, para a geração de biomassa (florestas de eucalipto) e produção eólica e solar. Assim, o Brasil conta com diversas fontes renováveis de energia compondo sua matriz. Entre eles, os biocombustíveis sólidos (biomassa de eucalipto, por exemplo), biocombustíveis líquidos (etanol e biodiesel) e os biocombustíveis gasosos (biogás). Segundo a Empresa de Pesquisa Energética, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia, em 2018 as fontes renováveis corresponderam a 45% da oferta interna de energia do País. Novas tecnologias têm aumentado a eficiência da transformação da biomassa em energia e diminuído ainda mais seu impacto ambiental para utilização, fazendo com que a participação da biomassa cresça dentro desse percentual de oferta. Dentro do cenário energético brasileiro, a indústria é a maior consumidora de energia elétrica. Do total produzido, cerca de 36% é destinado ao setor, seguido pelo consumo residencial (29%), comercial (19%) e rural (6%). Iluminação pública, poder público, serviços públicos e outros consumos menores chegam a aproximadamente 10%.  Tal estatística demonstra a importância da indústria em se movimentar para que seu consumo seja o mais barato, viável operacionalmente e menos prejudicial para o meio ambiente, dada a situação da crise ambiental com o aquecimento global. Esse movimento já ocorre em grandes empresas do Brasil, sobretudo do setor de papel e celulose, mas também em outros mercados.

Plantas modernas geram maior capacidade de produção

Plantas mais modernas têm capacidade para produzir 100% da energia necessária para o processo fabril – e ainda sobra.  Reportagem da revista O Papel expõe que desde 2015, por exemplo, uma grande companhia do setor de celulose de eucalipto produz energia elétrica através da queima de resíduos do eucalipto em caldeiras. O excedente é comercializado para o sistema elétrico nacional. Entre as possibilidades de processos para obtenção de energia, dois ganham destaque. Um é a queima das toras de eucalipto em caldeiras, que produz vapor, acionando as turbinas e gerando energia.  Em outro processo comum, o eucalipto picado é cozido (em digestor) para que se separe a lignina e a celulose. É daí que surge o licor negro, que então é queimado na caldeira e gera vapor e energia.